Brasileira presa no Camboja: resultado do julgamento por posse de drogas está previsto para sair nesta quarta, diz família
Brasileira que morou na Paraíba está presa no Camboja A brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, deve ter o resultado do julgamento em que passou por...
Brasileira que morou na Paraíba está presa no Camboja A brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, deve ter o resultado do julgamento em que passou por posse de drogas pela Justiça do Camboja divulgado nesta quinta-feira (12), de acordo com a família. Ela foi julgada em 23 de outubro, mas o juiz adiou a leitura do resultado para analisar o caso. Os familiares dela dizem que a mulher foi trabalhar no país do Sudoeste Asiático como telemarketing e que ela foi vítima de uma enganação e de tráfico humano. Arquiteta, Daniela se mudou para o Camboja, saindo de João Pessoa, no começo de 2025 para assumir o emprego, mas, segundo a família, foi vítima de tráfico humano, e, quando decidiu não participar de um esquema de golpes na internet, criminosos forjaram um flagrante contra ela, implantando cápsulas de droga no local onde ela estava. Conforme o código de processo penal do Camboja, esse período de hiato entre o julgamento e o resultado é justificado como um prazo para que seja possível fazer uma fundamentação teórica escrita pelos juízes para que as razões de culpabilidade, ou não, sejam elencadas, juntamente com as provas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp O g1 entrou em contato com o Itamaraty, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, sobre o resultado do julgamento de Daniela, que informou estar "prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas". Anteriormente, o ministério já havia divulgado outra nota dizendo que acompanhava o caso. (veja mais abaixo). LEIA TAMBÉM Superlotada, registro de morte e inundações: como é a prisão em que brasileira está Brasileira presa com drogas no Camboja: o que se sabe sobre o caso Brasileira presa com drogas no Camboja: pena pode chegar a 5 anos de prisão Quem é a brasileira presa no Camboja Brasileira presa no Camboja: resultado do julgamento por posse de drogas sai nesta quarta Arquivo Pessoal Daniela Marys de Oliveira é natural de Minas Gerais e morando na capital paraibana, João Pessoa, desde novembro de 2024. Segundo a mãe de Daniela, Myriam Marys, a filha fala inglês fluentemente. Até janeiro de 2025, a arquiteta enviou vários currículos para vagas de emprego na internet e encontrou uma que particularmente chamou atenção: uma vaga temporária para trabalhar como telemarketing no Camboja. Daniela embarcou para o Camboja no fim de janeiro de 2025 mesmo contra a vontade da família. Até fevereiro, mãe e filha se comunicavam normalmente por aplicativos de mensagem on-line, mas, em março, a família começou a receber mensagens suspeitas, enviados por supostos golpistas que se passaram pela brasileira. Ainda de acordo com a família, os golpistas teriam pedido dinheiro para Daniela pagar uma multa de rescisão contratual no trabalho como telemarketing. O valor da multa, US$ 4 mil, cerca de R$ 27 mil, foi transferido, mas depois disso Daniela ligou para a mãe e contou que foi detida injustamente por posse de drogas no Camboja. A mãe explicou que Daniela havia dito que três cápsulas de droga foram colocadas no banheiro porque ela havia se recusado a participar de um esquema de golpes na internet. Prisão em que brasileira está é superlotada Como é a prisão em que brasileira está após tráfico humano denunciado pela família Reprodução Um relatório da Anistia Internacional aponta que o Camboja é reincidente em práticas de violação de direitos humanos e "superlotação de prisões". A mãe de Daniela, inclusive, disse que a filha está em uma cela superlotada em uma penitenciária, com cerca de 90 mulheres. "As autoridades atacam pessoas pobres e marginalizadas, realizam detenções arbitrárias e sujeitam os suspeitos a tortura e outras formas de maus-tratos", diz a Anistia Internacional. A análise faz um recorte até o período de 2020 do Camboja, no qual o país era comandado pelo primeiro-ministro Hun Sen, que foi sucedido pelo próprio filho Hun Manet, após governar o país por cerca de quatro décadas e implantar a política antidrogas. Itamaraty diz que acompanha o caso Em nota, o Itamaraty disse que "tem conhecimento" do caso. No entanto, não deu detalhes do que está sendo adotado como providência para ajudar Daniela no Camboja. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, em 2024 foi prestada assistência a 63 brasileiros em situação de tráfico de pessoas, dos quais 41 no Sudeste Asiático. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba